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Rubedo/iluminação: estudos alquímicos

alquimista13

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Nov 15, 2024
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Na base da alquimia encontramos os quatro elementos: fogo, terra, ar e água . Dentro desses quatro elementos está a matéria prima e toda possibilidade de transformação da vida. Para a alquimia tudo, sem exceção, está em evolução. A alquimia nos fala sobre os grandes processos de transmutação: Nigredo (o mundo da sombra, da putefração, caos, inferno), Albedo (estado de purificação), Rubedo (iluminação).
A única alternativa de sair do nigredo é enfrentar o mundo restrito para poder sair verdadeiramente transformado a fim de atingir sua dimensão de profundidade de alma. Para a alquimia esse enfrentamento é essencial: “Visita o centro da terra, retificando-te, encontra a pedra oculta (ou filosofal) – VITRIOL , em latim”.
Todo caminho terapêutico é passar por esses ciclos: nigredo-albedo-rubedo. Esse caminho do Vitriol é ter que lidar com seus (medos, mágoas, vazios, e tudo o que mais incomoda o ser) para transformar e integrar tudo o que temos.
A triste verdade é que a vida do homem consiste em um complexo de fatores antagônicos inexoráveis: o dia e a noite, o nascimento e a morte, a felicidade e o sofrimento, o bem e o mal. Não nos resta nem a certeza de que um dia um destes fatores vai prevalecer sobre o outro, que o bem vai se transformar em mal, ou que a alegria há de derrotar a dor. A vida é uma batalha. Sempre foi e sempre será. E se tal não acontecesse ela chegaria ao fim.
os alquimistas entenderam: que a natureza é muito maior que o ego. Se eu não tentar controlá-la, não corro risco de descontrole. Para a alquimia, “a matéria-prima do mel é a doçura da terra, que reside nas coisas que crescem naturalmente”.
Podemos ser dominados e perturbados por nossos humores, ou tornarmo-nos insensatos e incapazes de registrar fatos importantes que nos dizem e as outras pessoas, provocando uma pergunta: “Que diabos se passa com você?”. Pretendemos ser capazes de “nos controlar”, mas o controle de si mesmo é uma virtude das mais raras e extraordinárias. Podemos ter a ilusão de que nos controlamos, mas um amigo facilmente poderá dizer-nos coisas a nosso respeito de que não temos a menor consciência.
Segundo a compreensão alquímica, são sete etapas sucintamente apresentadas:

A primeira delas é a CALCINAÇÃO . Em geral, a calcinação é uma demanda interna que está inflada. É uma fase de fogo. É uma operação para conseguir uma transformação através do fogo. A SUBLIMAÇÃO é uma operação que usa o elemento ar, quando um sólido vira gasoso sem passar pelo estado líquido. Ele sai do fogo que está corroendo para adquirir uma distância reflexiva, ou seja, poder olhar com outro ângulo e fazer uma crítica reflexiva sem necessidade de uma sentença ou julgamento. O vai ajudar no distanciamento das emoções para transformar.

A SOLUÇÃO representa um confronto do eu com o inconsciente, é um adicionar água (sentimentos, valores) de maneira moderada para retornar ao conteúdo que foi calcinado e sublimado.

Após essa caminhada, a MORTIFICAÇÃO , ou PUTREFATIO , representa uma fase que gera grandes transformações, mas também é representada por muita dor.

Geralmente há uma perda ou morte, ainda que seja uma morte simbólica. Nessa fase, a pessoa precisa abrir mão de algo muito importante para a vida dela, deixar que algo morra para que o novo possa surgir. A pessoa nessa fase sabe que precisa entregar algo para realmente poder mudar, e isso geralmente é muito doloroso.

A SEPARAÇÃO é uma operação de separação, de discriminação, de perceber o que é bom, o que é ruim, o que vale a pena, o que não vale. E por último a CONIUNCÇÃO , a integração, que seria o casamento de novo, a integração dos opostos, do sol e da lua, do positivo e do negativo, do bem e do mal, de tudo o que está dentro do indivíduo, a luz e uma sombra. A conjunção é uma etapa onde algo se integra dentro da vida, dentro da sua estrutura.

Cada vez que vamos refletindo e respondendo a esse movimento todo, vamos evoluindo na percepção do sentido da vida (qual é a nossa missão, o que estou fazendo aqui), ou qual nos questionamos em todas as fases, até chegarmos ao re-ligare , preparação para a morte, fase de desespero. E é fundamental que façamos.

Sempre me impressionou o fato de que um número surpreendente de pessoas não utiliza jamais a sua mente, se for possível evitá-lo, e também que um número específico o faz de maneira absolutamente estúpida. Também me espantou encontrar muitas pessoas inteligentes e argutas em viver (tanto quanto se pode observar) como se nunca tivessem aprendido a usar os seus sentidos: não veem o que lhes estão diante dos olhos, nem ouvem as palavras que soam aos seus ouvidos ou notam as coisas em que tocam ou provam. Alguns vivem sem a mesma consciência do seu próprio corpo. (JUNG, pág. 60).

Conforme formos capazes de trabalhar internamente, maior a probabilidade de vencermos os obstáculos da vida, integrarmos conteúdos, desenvolvermos o autoconhecimento e termos uma vida mais rica.

precisamos refletir sobre qual é a nossa relação com a vida e com a morte. É interessante que o mesmo medo que se tenha na primeira fase da vida, fase de construção, será correlacionado na segunda fase. A vida se encaminha para a morte, pois a nossa condição principal é de finitude. E o homem sabe disso, sendo essa condição fonte de muita angústia. Por isso, a importância do sentido da vida é uma questão fundamental para a dinâmica psíquica junguiana.

A ideia de que a vida tende para um fim, não pode se tornar um impedimento para realizar. Conforme Jung, a vida se encaminha para a morte, mas a vida psicológica se recusa a se conformar com as leis da natureza. Para a alquimia, quanto mais distante estiver o homem da natureza, mais doente estará.

O tempo inteiro queremos um estado de segurança, como, por exemplo, estimular a alegria e repelir a tristeza. Agora, se a vida acontece em movimento, tristeza e alegria são estados naturais. A ideia de privacidade é fugir da própria vida. Jung comenta que do meio da vida em diante, só aquele que se dispõe a morrer conserva a vitalidade [...] e também que a recusa em aceitar a plenitude da vida equivale a não aceitar o seu fim. Tanto uma coisa como a outra significam não querer viver. E não querer viver é sinônimo de não querer morrer. (JUNG, §800)

É muito comum em situações de término as pessoas se seguram ou se apegarem a algo, mas a vida é movimento. A questão da morte provoca a busca real de sentido, de quem se é, além de ser uma oportunidade de entender o que é a vida e o que é a humanidade para nós (o que significa amar, realizar, se relacionar etc). É através da morte que entendemos que fazemos parte de um todo maior.

Da mesma forma que a trajetória de um projeto termina quando ele atinge o alvo, assim também a vida termina na morte, que é, portanto, o alvo para o que tende a vida inteira. Mesmo sua ascensão e seu zênite são apenas etapas e meios através dos quais alcança o alvo que é a morte. Esta fórmula paradoxal nada mais é do que uma conclusão lógica do fato de que a nossa vida é teleológica e determinada por um objetivo. (Ibid., §803)

Referindo-se ainda aqui à mortificatio, operação da mortificação, que melhor simboliza o morrer, implica também na sujeição das paixões e dos apetites, através da abstinência. Esta operação está vinculada à humilhação, derrota, tortura, morte, mutilação e apodrecimento. Contudo,essas imagens sombrias são um caminho para o crescimento. Segundo Jung, a alquimia representa a projeção de um drama que é, ao mesmo tempo, cósmico e espiritual, não ocorre somente ao resgate da alma do seu praticante, como a salvação do cosmos. No começo desse processo perigoso, encontra-se o dragão, o diabo, o espírito ctônico, a nigredo, a noite escura da alma. Este encontro produz sofrimento, mas a partir da escuridão, nasce a luz. Até surgir uma aurora, o albedo. Ou seja, para o demoníaco deixar de ter existência autônoma e passar a integrar-se profundamente à unidade da psique, no final do processo, deve haver o insuflar da vida.

Psicologicamente, a mortificação indica que o princípio diretor da consciência do ego está perdendo o poder, o conforto e a racionalidade. O que é precioso é extraído após uma mortificação: o ouro, a pedra filosofal. Ou seja, nasce da morte simbólica de certos traços do ego. E com a morte da impureza, da cobiça, do sujo, da paixão obsessiva e culposa, com a retirada das projeções, pode-se chegar a uma luz.
Em suma, o suportar consciente do conflito entre os opostos e o confronto com as trevas é que vai realmente nutrir o eu. a mortificatio representa literalmente matar, sendo a experiência da morte, que é a mais negativa
operação de toda a opus alquímica. Contudo, é através dessas imagens sombrias que chegamos a imagens altamente positivas de crescimento, ascensão e renascimento.
o negrume refere-se à sombra e faz alusão à importância de se ter consciência da própria sombra que, no nível arquetípico, considera que também é consciente ter consciência do mal, porque a negrura é o começo da brancura, e conforme a lei dos opostos, uma intensa consciência de um dos lados constela seu contrário.

A putrefação tem tamanha eficácia que anula a velha natureza, transmuta todas as coisas numa nova natureza, e gera outro fruto novo. Todas as coisas vivas nela morrem, todas as coisas mortas decaem, e depois todas essas coisas mortas, recuperam a vida. A putrefação retira o acridez de todos os espíritos corrosivos do sal, tornando-os suaves e doces.”
E assim, com o sentido de morte, podemos sentir que a vida está aqui e agora, e podemos trabalhar para que ela possa se revelar a cada etapa, pois uma vida sem sentido, não é digna de ser vivida. a alma encerra tantos mistérios sobre o mundo com seus sistemas de galáxias diante de cujas majestosas configurações só um espírito desprovido de imaginação é capaz de negar suas próprias insuficiências.

Oh voz que me chama no meio do deserto
Luz das estrelas que brilha no meu coração
guiando meus pés para que eu vá até Você!
alquimista13
Saudade Lúcifer
 

Al Jilwah: Chapter IV

"It is my desire that all my followers unite in a bond of unity, lest those who are without prevail against them." - Satan

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